Perceber é conhece, através do sentidos, objetos e situações.
O ato implica, como condição necessária, a proximidade do objeto no espaço e no tempo, bem como a possibilidade de se lhe ter aceso direto ou imediato. Objetos distante no tempo não podem ser percebidos. Podem ser evocados ou imaginados. Podem se, ainda, pensados.
De qualquer modo fica excluída a possibilidade de serem percebidos. Também não podem ser percebido objetos distantes no espaço quando ultrapassados os limites operacionais dos órgãos receptores ou quando obstruídos por barreiras. A distância no espaço, tanto quanto a inacessibilidade direta ou indireta, exclui o ato perceptual. Fica, em tais circunstâncias, aberta, apenas, a possibilidade de serem pensados ou imaginados.
O ato de perceber ainda pode caracterizar-se pela limitação informativa. Percebe-se em função de uma perspectiva. A possibilidade de apreender a totalidade do objeto apenas ocorre na imaginação, que, por outro lado, constitui forma de organização da consciência inteiramente protegida contra o erro*.
A percepção, é, assim, forma restrita de captação de conhecimento.
A possibilidade de maior enriquecimento informativo terá que ser atingida por uma multiplicação de processos perceptuais, ou através dos atos do pensamento.
Nos processos perceptivos a apreensão dos objetos não se subordina a decisões voluntárias, como ocorre nos processos imaginativos**. Complementa-se a sua caracterização quando se recorda que nela os objetos são assimilados em função de um contexto ou sistema de referência, do qual retiram algumas de suas propriedades, pois que a que se revelam não podem ser consideradas inerentemente suas.
A percepção só se cumpre através sentidos implicando nova possibilidade de caracterizar-se e de distinguir-se das atividades do pensamento.
* Sartre, J.P. - " L'Imaginaire"
** Jaspers, K. - "Psicopatología General"
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