segunda-feira, 25 de julho de 2016

Fala, crioulo! Teatro Popular Oscar Niemeyer - Niterói - RJ

.

Fala, crioulo! Estreia no Teatro Municipal de Niterói RJ

.

Fala, crioulo! A montagem da peça

.

Fala, crioulo! Programa Educativo - Oficinas em Escolas Públicas

.

“Faça boa arte” – discurso de Neil Gaiman

Em 17 de maio de 2012, o escritor Neil Gaiman subiu ao palco para realizar um discurso aos  formandos da University of the Arts, na Filadelfia, Estados Unidos.



https://www.youtube.com/watch?v=ikAb-NYkseI


Eu nunca realmente esperei me encontrar dando conselhos para pessoas se graduando em um estabelecimento de ensino superior. Eu nunca me graduei em um desses estabelecimentos. E nunca nem comecei um. Eu escapei da escola assim que pude, quando a perspectiva de mais quatro anos de aprendizados forçados antes que eu pudesse me tornar o escritor que desejava ser era sufocante.

Eu saí para o mundo, eu escrevi, eu me tornei um escritor melhor na medida em que escrevia mais, e eu escrevi um pouco mais, e ninguém nunca parecia se importar que eu estava inventando as coisas à medida que prosseguia, eles simplesmente liam o que eu escrevia e pagavam por isso, ou não, e frequentemente eles me encomendavam alguma outra coisa pra eles.

O que me deixou com um saudável respeito e admiração pela educação superior do quais meus amigos e familiares, que frequentaram universidades, se curaram há muito tempo atrás.

Olhando para trás, eu trilhei uma caminhada memorável. Não tenho certeza de que posso chamá-la de uma carreira, porque uma carreira implica que eu tivesse algum tipo de plano de carreira, e eu nunca tive. A coisa mais próxima que tive foi uma lista que fiz quando tinha 15 anos com tudo que eu queria fazer: escrever um romance para adultos, um livro infantil, uma revista em quadrinhos, um filme, gravar um audiobook, escrever um episódio de Dr. Who… e assim por diante. Eu não tive uma carreira. Eu simplesmente fui fazendo a próxima coisa da lista.

Então pensei em contar para vocês tudo que eu gostaria de saber de saída, e algumas coisas que, olhando para trás pra isso, suponho que eu sabia. E também em dar o melhor conselho que já recebi, o qual falhei completamente em seguir.

O primeiro de todos: quando você começa em uma carreira nas artes você não tem ideia do que está fazendo.

Isso é ótimo. As pessoas que sabem o que estão fazendo conhecem as regras, e sabem o que é possível e o que é impossível. Vocês não. E vocês não devem. As regras sobre o que é possível e impossível nas artes foram feitas por pessoas que não tinham testado os limites do possível indo além deles. E vocês podem. 

Se vocês não sabem que é impossível é mais fácil fazer. E porque ninguém fez antes, não inventaram regras para evitar que alguém faça de novo, ainda.

Em segundo, se você tem uma ideia do que você quer fazer, sobre o que você foi colocado aqui para fazer, então simplesmente vá e faça aquilo.

E isso é muito mais difícil do que parece e, algumas vezes, no fim, muito mais fácil do que você poderia imaginar.

Porque normalmente, há coisas que você precisa fazer antes de que você possa chegar aonde quer estar. Eu queria escrever quadrinhos e romances e histórias e filmes, então me tornei um jornalista, e jornalistas têm permissão para fazer perguntas, e para simplesmente ir adiante e descobrir como o mundo funciona, e, além disso, para fazer essas coisas eu precisaria escrever e escrever bem, e eu estava sendo pago para aprender como escrever economicamente, claramente, às vezes em condições adversas, e em tempo.

Algumas vezes o caminho para fazer o que você espera fazer estará claramente delineado; e às vezes será quase impossível decidir se você estará ou não fazendo a coisa certa, porque você terá de balancear suas metas e esperanças, e alimentar-se, pagar as contas, encontrar trabalho, e se adequar ao que pode encontrar.

Uma coisa que funcionou para mim foi imaginar que onde eu gostaria de estar – um autor, principalmente de ficção, fazendo bons livros, fazendo bons quadrinhos e me mantendo através de minhas palavras – era uma montanha. Uma montanha distante. Minha meta.

E eu sabia que enquanto eu me mantivesse andando em direção à montanha eu estaria bem. E quando eu verdadeiramente não estava certo acerca do que fazer, eu podia parar, e pensar se aquilo estava me levando em direção à montanha ou me afastando dela. Eu disse não para trabalhos editoriais em revistas, trabalhos adequados que teriam pago um dinheiro respeitável porque eu sabia que, por mais atrativos que fossem, para mim eles estariam me deixando mais distante da montanha. E se essas ofertas tivessem aparecido mais cedo talvez as tivesse aceito, porque elas ainda me deixariam mais perto da montanha do que eu estava à época.

Eu aprendi a escrever escrevendo. Eu tendia a fazer qualquer coisa conquanto que parecesse uma aventura, e a parar de fazê-la quando parecia trabalho, o que significou que a vida não se parecia com trabalho.

Em terceiro lugar, quando você começa, você precisa lidar com os problemas do fracasso. Vocês precisam ser osso duro de roer, precisam aprender que nem todo projeto sobreviverá. Uma vida como freelancer, uma vida nas artes, é muitas vezes como colocar mensagens em garrafas, em uma ilha deserta, e esperar que alguém encontre uma de suas garrafas, e a abra, leia, e coloque algo em outra garrafa que fará seu caminho de volta até você: apreço, ou uma encomenda, dinheiro, ou amor. E vocês têm de aceitar que vocês poderão lançar uma centena de coisas para cada garrafa que aparecerá retornando.

Os problemas do fracasso são problemas de desencorajamento, de desespero, de ansiedade. Você deseja que tudo aconteça e você quer que as coisas aconteçam agora, e as coisas dão errado. Meu primeiro livro – uma peça de jornalismo que tinha feito pelo dinheiro, e que já tinha me comprado uma máquina de escrever eletrônica do adiantamento – deveria ter sido um bestseller. Deveria ter me pagado muito dinheiro. Se a editora não tivesse involuntariamente ido à bancarrota entre a primeira impressão se esgotar e a segunda sair, e antes que quaisquer direitos pudessem ser pagos, ele teria me dado muito dinheiro.

E eu dei de ombros, e eu ainda minha máquina de escrever eletrônica e dinheiro o bastante para pagar o aluguel por um par de meses, e decidi que eu faria o meu melhor para no futuro não escrever livros apenas pelo dinheiro. Se você não ganha o dinheiro, então você não tem nada. Se eu fizesse um trabalho do qual me orgulhasse, e não ganhasse a grana, ao menos eu teria o trabalho.

De vez em quando, eu esqueço essa regra, e sempre que o faço, o universo me bate com força e me relembra dela.

Eu não sei se isso é um problema para mais alguém além de mim, mas é verdade que nada que eu fiz na qual a única razão para fazê-lo fosse o dinheiro jamais valeu a pena, exceto como amarga experiência. Normalmente nunca dei o trabalho por encerrado ao receber o dinheiro, por outro lado. As coisas que fiz porque estava empolgado, e queria vê-las existirem na realidade, nunca me decepcionaram, e eu nunca me arrependi do tempo gasto com nenhuma delas.

Os problemas do fracasso são difíceis.

Os problemas do sucesso podem ser ainda mais difíceis, porque ninguém lhes avisa sobre eles.

O primeiro problema de qualquer tipo de sucesso limitado é a convicção inabalável de que você está fugindo com algo, e de que a qualquer momento irão descobri-lo. É a Síndrome do Impostor, algo que minha esposa Amanda batizou de Polícia da Fraude.

Em meu caso, eu estava convencido de que haveria uma batida na porta, e um homem com uma prancheta (não sei por que ele carregava uma prancheta, em minha cabeça, mas ele carregava) estaria lá, para me dizer que estava tudo acabado, e eles me pegariam e agora eu teria de ir e conseguir um trabalho de verdade, algum que não consistisse de inventar coisas e escrevê-las, e ler livros que eu quisesse ler. E então eu partiria silenciosamente e pegaria o tipo de trabalho no qual você não tem de inventar mais coisas.

Os problemas do sucesso. Eles são reais, e com sorte vocês irão experienciá-los. O ponto em que você para de dizer sim pra tudo, porque agora as garrafas que você lança ao oceano estão todas voltando, e você precisa aprender a dizer não.

Eu observei meus pares, e meus amigos, e aqueles que eram mais velhos que eu e observei quão infelizes alguns deles se sentiam: eu os ouvi contar pra mim que eles não podiam encarar um mundo no qual eles não podiam mais fazer o que sempre quiseram fazer, porque agora eles tinham de ganhar uma certa quantidade de grana todo mês apenas para se manter onde estavam. Eles não podiam ir e fazer as coisas que importavam, e que realmente queriam fazer; e isso me pareceu uma tragédia tão grande quanto qualquer problema de fracasso.

E depois disso, o maior problema do sucesso é que o mundo conspira para que você pare de fazer o que você faz, porque você é famoso. Houve um dia em que olhei e me dei conta de que eu tinha me tornado alguém que profissionalmente respondia a e-mails, e escrevia como um hobby. Eu comecei a responder menos e-mails, e fiquei aliviado por perceber que estava escrevendo muito mais.

Em quarto, eu espero que vocês cometam erros. Se vocês estão cometendo erros, significa que vocês estão por aí fazendo algo. E os erros em si podem ser úteis. Uma vez escrevi Caroline errado, em uma carta, trocando o A e o O, e eu pensei, “Coraline parece um nome real…”

E lembrem-se que não importa a área em que estejam, se você é um músico ou um fotógrafo, um artista fino ou um cartunista, um escritor, um dançarino, um designer, o que quer que você faça, vocês têm algo que é único. Vocês têm habilidade de fazer arte.

E para mim, e para muitas das pessoas que conheci, isso tem sido um salva-vidas. O salva-vidas definitivo. Ele lhe leva através dos bons momentos e pelos outros.

A vida as vezes é dura. As coisas dão errado, na vida e no amor e nos negócios e nas amizades e na saúde e em todos os outros modos que a vida pode dar errado. E quando as coisas ficam difíceis, isso é o que vocês devem fazer.

Façam boa arte.

Eu estou falando sério. O marido fugiu com uma política(o)? Faça boa arte. Perna esmagada e depois devorada por uma jibóia mutante? Faça boa arte. IR te rastreando? Faça boa arte. Gato explodiu? Faça boa arte. Alguém na internet pensa que o que você faz é estúpido ou mau ou já foi feito antes? Faça boa arte. Provavelmente as coisas se resolverão de algum modo, e eventualmente o tempo levará a dor mais aguda, mas isso não importa. Faça apenas o que você faz de melhor. Faça boa arte.

Faça-a nos dias bons também.

E, em quinto: enquanto estiverem nisso, façam a sua arte. Façam as coisas que só vocês podem fazer.

O impulso, começando, é copiar. E isso não é uma coisa ruim. A maioria de nós só descobre nossas próprias vozes depois de termos soado como um monte de outras pessoas. Mas uma coisa que você tem que ninguém mais tem é você. Sua voz, sua mente, sua estória, sua visão. Então escreva e desenhe e construa e toque e dance e viva como só você pode viver.

No momento em que você sentir que, possibilidade, você está andando na rua nu, expondo muito de seu coração e de sua mente e do que existe em seu interior, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que você pode estar começando a acertar.

As coisas que fiz que mais funcionaram foram as coisas das quais menos estava certo, as estórias as quais eu tinha certeza de que ou funcionariam, ou, mais provavelmente, seriam o tipo de fracasso embaraçoso que as pessoas se juntam para falar a respeito até o fim dos tempos. Elas sempre tiveram isso em comum: olhando para em retrospectiva para elas, as pessoas explicam porque foram sucessos inevitáveis. Enquanto as estava fazendo, eu não tinha ideia.

E ainda não tenho. E onde estaria a graça de fazer alguma coisa que você soubesse que iria funcionar?

E às vezes as coisas que fiz realmente não funcionaram. Há estórias minhas que nunca foram reimpressas. Algumas delas nunca sequer saíram da casa. Mas eu aprendi com elas tanto quando aprendi com as coisas que funcionaram.

Sexto. Eu passarei algum conhecimento secreto de freelancer. Conhecimento secreto é sempre bom. E é útil para qualquer um que alguma vez já planejou criar arte para outras pessoas, em entrar em um mundo de freelance de qualquer tipo. Eu aprendi isso com os quadrinhos, mas se aplica a outros campos também. E é isto:

As pessoas são contratadas porque, de algum modo, elas são contratadas. Em meu caso eu fiz algo que atualmente seria fácil de checar, e me colocaria em problemas, e quando eu comecei, naqueles dias pré-internet, parecia uma estratégia de carreira sensata: quando editores me perguntavam para quem eu já tinha trabalhado, eu mentia. Eu listei uma série de revistas que soavam razoáveis, e soei confiante, e consegui os empregos. Então transformei em uma questão de honra conseguir escrever algo para cada uma das revistas que eu listei para conseguir aquele primeiro emprego, de modo que eu não menti de fato, só fui cronologicamente desafiado… Você começa a trabalhar por qualquer maneira que comece a trabalhar.

As pessoas se mantêm trabalhando, em um mundo de freelances, e mais e mais do mundo de hoje é freelance, porque seu trabalho é bom, e porque são fáceis de conviver, e porque elas entregam o trabalho em tempo. E você nem precisa de todos os três. Dois em três está bem. As pessoas irão tolerar quão desagradável você é se seu trabalho for bom e você o entregar no prazo. Elas perdoarão o atraso do trabalho se ele for bom, e elas gostarem de você. E você não precisa ser tão bom quanto os outros se você é pontual e é sempre um prazer ouvi-lo(a).

Quando concordei em fazer este discurso, eu comecei tentando pensar em qual tinha sido o melhor conselho que já tinha recebido ao longo dos anos.

E ele veio do Stephen King, há vinte anos atrás, no auge do sucesso de Sandman. Eu estava escrevendo um quadrinho que as pessoas amavam e estavam levando a sério. King gostara de Sandman e de meu romance com Terry Pratchett, Belas Maldições (Good Omens), e ele viu a loucura, as longas filas de autógrafos, tudo aquilo, e seu conselho foi esse:

“Isso é realmente ótimo. Você deveria apreciar isso.”

E eu não aproveitei. O melhor conselho que já recebi que ignorei. Ao invés disso, eu me preocupei com aquilo. Eu me preocupei com o próximo prazo, a próxima ideia, a próxima estória. Não houve um momento nos próximos quatorze ou quinze anos em que não estivesse escrevendo algo em minha cabeça, ou imaginando a respeito. E eu não parei e olhei em redor e pensei, isso é realmente divertido. Eu queria ter aproveitado mais. Tem sido uma caminhada incrível. Mas houve partes da trilha que eu perdi, porque estava muito preocupado em as coisas darem errado, sobre o que viria depois, para apreciar a parte em que estava.

Essa foi a lição mais difícil pra mim, eu acho: relaxar e curtir a caminhada, porque a jornada o leva a alguns lugares memoráveis e inesperados.

E aqui, nesta plataforma, hoje, é um destes lugares. (E eu estou curtindo isso imensamente.)

Para todos os graduandos de hoje: eu desejo a vocês sorte. Sorte é útil. Frequentemente vocês descobrirão que quanto mais duro vocês trabalharem, e mais sabiamente, mais sortudos vocês serão. Mas existe sorte, e ela ajuda.

Nós estamos em um mundo em transição neste momento, se vocês estão em qualquer campo artístico, porque a natureza da distribuição está mudando, os modelos pelos quais os criadores entregavam seu trabalho ao mundo, e conseguiam manter um teto sobre suas cabeças e comprar alguns sanduíches enquanto faziam isso, estão todos mudando. Eu falei com pessoas do topo da cadeia alimentar em publicações, vendas de livros, em todas essas áreas, e ninguém sabe com o que a paisagem se parecerá daqui a dois anos, que dirá daqui a uma década. Os canais de distribuição que as pessoas construíram ao longo do último século ou mais estão contínua mudança, para os impressos, para artistas visuais, para músicos, para pessoas criativas de todos os tipos.

O que é, por um lado, intimidante e, por outro, imensamente libertador. As regras, as suposições, os agora nós devemos fazer de como você consegue expor seu trabalho, e o que você faz a seguir, estão ruindo. Os porteiros estão deixando seus portões. Vocês podem ser tão criativos quanto precisarem para conseguir visibilidade para seus trabalhos. YouTube e a web (e o que quer que venha depois do YouTube e da web) podem dar a vocês mais pessoas de audiência do que a televisão jamais deu. As velhas regras estão desmoronando e ninguém sabe quais são as novas regras.

Então inventem suas próprias regras.

Alguém recentemente me perguntou como fazer alguma coisa que ela achava que seria difícil, em seu caso, gravar um audiobook, e eu sugeri que ela fingisse que ela era alguém que poderia fazê-lo. Não fingir fazê-lo, mas fingir que era alguém que podia fazer. Ela colocou uma nota para este efeito na parede do estúdio, e disse que isso ajudou.

Então sejam sábios, porque o mundo necessita de mais sabedoria, e se vocês não puderem ser sábios, finjam ser alguém que é sábio, e então apenas se comportem como eles se comportariam.

E agora vão, e cometam erros interessantes, cometam erros maravilhosos, façam erros gloriosos e fantásticos. Quebrem regras. Façam do mundo um lugar mais interessante por vocês estarem aqui. Façam boa arte.
Neil Gaiman, 17 de maio de 2012.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Sorria, você está sendo filmado!

 “Sorria, você está sendo filmado”, filme de Daniel Filho, foi inspirado no filme “Morte de um Homem nos Bálcãs” (2012), do sérvio Miroslav Momcilovic e narra a história de um suicídio, num único plano de 80 minutos, como se o ponto de vista fosse uma webcam que somente o suicida sabia que estava ligada, dando para o espectador a sensação de estar assistindo a tudo da janela. O filme expõe a cômica reação de vizinhos e outros personagens diante do cadáver, até que a descoberta da presença da câmera gera uma mudança de comportamento.  Aramis Trindade interpreta o faxineiro carioca Damião. O experiente Daniel Filho é responsável por levar mais de 25 milhões de espectadores aos cinemas brasileiros com os sucessos de bilheteria como “Se Eu Fosse Você 1 e 2″, “A Partilha” e “Confissões de Adolescente” e realizou este filme de baixo orçamento em apenas dois dias com uma só câmera em plano fixo. Com roteiro de Daniel Filho e Fernando Ceylão, o filme  reúne no elenco atores como Susana Vieira, Lázaro Ramos, Deborah Secco, Aramis Trindade, Kika Freira e outros antigos parceiros de Daniel no cinema e televisão, além de Roberta Rodrigues, Marcos Caruso, Juliano Cazarré, Gustavo Pereira e Thiago Rodrigues, que pela primeira vez trabalham com o diretor. Parte das filmagens foi exibida pela internet, em tempo real. Os artistas tiveram apenas quinze dias para ensaiar antes do começo das filmagens. Uma câmera captou tudo o que aconteceu no set de filmagem, que foi exibido na internet por sistema live streaming, no site do filme.


série "Amorteamo"




terça-feira, 21 de abril de 2015

AMORTEAMO - Uma estória de amor tão forte quanto a morte

Alessandra Alves


“Amorteamo’ é uma série de Guel Arraes, Cláudio Paiva e Newton Moreno com direção geral de Flavia Lacerda e vai contar estórias de amor e morte com estética original em cinco misteriosos capítulos, a partir de 08 de maio de 2015. O enredo sobrenatural usa elementos de suspense e terror, misturando amor e morte em um melodrama onde os mortos voltam à vida com sede de vingança e explicação. Dois triângulos amorosos que escondem os segredos dos personagens principais irão agitar a trama.

Manoel e Cândida


Aramis Trindade e Guta Stresser trazem humor à primeira série de terror da TV Globo. O casal Manoel (Aramis Trindade) e Cândida (Guta Stresser) são donos do bar local e tem uma visão privilegiada dos acontecimentos da cidade, pois o estabelecimento fica perto do bordel e da igreja. Do irmão Jeremias (Bruno Garcia), Manoel herdou o bar, a mulher Cândida e uma peruca. Das três heranças a preferida é a Cândida! Ao contrário da esposa, uma conhecida fofoqueira local, Manoel é mais discreto.

“Amorteamo” tem uma atmosfera onírica, sombria, mostrando a fascinação pelo macabro numa abordagem sensível e com humor peculiar. A combinação cromática é cuidadosamente ajustada e envolvente.  Como nos primórdios do cinema expressionista, traz formas angulares, perspectivas distorcidas e fortes contrastes entre claro e escuro, luminoso e sombrio. Uma releitura do expressionismo na época de hoje. Uma estética nada naturalista, nada realista.

No elenco Jackson Antunes, Letícia Sabatella, Daniel de Oliveira, Guta Stresser, Aramis Trindade, Bruno Garcia, Gheusa Sena, Adelio Lima, Gustavo Falcão, Gillray Coutinho, Tonico Pereira, Maria Luisa Mendonça, Lívia Falcão, Isio Ghelman, Fabiana Gugli, Paulo de Pontes, Paulo Hamilton, Felipe Koury, César Cardadeiro, Pedro Sol Baêta, Giovanna Estafanio, Arianne Botelho, Marina Ruy Barbosa, Johnny Massaro.

“Amorteamo” tem também personagens populares narrando histórias de fantasmas que assombravam a região nordestina. A base do roteiro respeita os tempos e inspirações de Charles Baudelaire, passando por Augusto dos Anjos.

A caracterização é fantástica e um sofisticado trabalho de cenografia, produção de arte e figurinos foram criados para representar o Recife do início do século XX envolto por mistérios além do uso de muitos efeitos especiais mostrando um pouco do lado místico e das tradições do nordeste antigo. Ambientação de arrepiar!

A concepção musical é de João Falcão e do produtor Juliano Holanda.  Os dois trouxeram uma música contemporânea para uma série de época. Esse contraste traz uma sonoridade muito peculiar. É uma trilha sonora exclusiva que tem uma função quase narrativa.

Uma produção repleta de talentos pernambucanos; entre roteirista, diretores e trilha sonora estão Guel Arraes, Newton Moreno, Flávia Lacerda, João Falcão, Juliano Holanda. Já entre os atores estão Aramis Trindade, Bruno Garcia, Gheusa Sena, Adelio Lima, Gustavo Falcão, Lívia Falcão, Felipe Koury , Paulo de Pontes.

Mistura arretada de drama e humor. Nada é só obscuridade, sempre há espaço para a estória de amor. Nada é só drama, há espaço para o humor ácido da fofoca. Nada é só graça, sempre há espaço para o drama de humanos em busca de vingança e explicação. 

Amorteamo.

Amorteamo: veja as primeiras cenas da nova série



Romeu e Julieta, cordel de Ariano Suassuna - Circuito Escolar e Alternativo


A peça é em forma de cordel que valoriza a cultura popular revivendo um dos mais lindos momentos da obra de Ariano Suassuna. A peça tem 40 minutos e 02 atos. No primeiro ato um monólogo de 20 minutos onde o ator Aramis Trindade dá vida e emoção ao poema de 92 sextilhas acompanhado por uma viola de 12 cordas e flautas. No segundo ato, Aramis "incorpora" Ariano Suassuna III, que interage com o público e conversa sobre cultura popular, a literatura de cordel, o Movimento Armorial, Suassuna e Shakespeare, e contando “causos jocosos” de sua vida em mais 20 minutos.


Acontece em ambientação Armorial, com direção e texto de Aramis Trindade, cenografia e identidade visual de Manuel Dantas Suassuna, direção musical e música original de Zé da Flauta, figurino de Luciana Buarque, iluminação de Beto Trindade, Direção de Produção de Alessandra Alves, Produção Executiva de Hélio Rodrigues e Produção da Marina de ideias Produções. 




 O projeto oferece uma interação da adaptação, da interpretação do cordel, da imitação genuína compartilhando conhecimento, tristezas e alegrias.



PE TV

   NE TV

contato@marinadeideiasproducoes.com.br 
alessandra@marinadeideiasproducoes.com.br 



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Teodore Roosevelt

" É bem melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota"


Teodore Roosevelt

terça-feira, 6 de setembro de 2011

De cada ser

"Sou composta por urgências: 
minhas alegrias são intensas; 
minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências, 
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito, 
eu só vivo nos extremos." 

Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

VORTICE DANCE COMPANY


O país das maravilhas que estes portugueses vem construindo ao longo do tempo é um projeto ambicioso. Um pólo de artes, intercâmbio, descentralização da cultura, a democratização do acesso e a internacionalização.
A Vortice Dance Company surgiu quando Rafael Carriço e Cláudia Martins se conheceram na Escola Superior de Dança de Lisboa. Posteriormente, ambos foram convidados para ingressarem no elenco da Cia Portuguesa de Bailado Contemporâneo e começou a surgir neles um interesse em coreografar e criar suas próprias peças. Foi a partir daí que resolveram sair da Cia e se aventurarem num percurso além fronteiras.
Participaram de muitos festivais e concursos. Venceram alguns importantes prêmios coreografando e foi um ótimo lançamento para o que é o Vortice.Dance hoje.
O público e a crítica , percebe e respeita a qualidade do trabalho da Vortice Dance Company.
Em Portugal a Vortice Dance Company é um ótimo exemplo de descentralização da cultura.
“O “Soliloquy about wonderland” estréia no Brasil em novembro de 2011
O processo criativo iniciou-se em Estocolmo, no Ritz Theater na Suécia, onde Cláudia e Rafael tiveram residência artística.
Fizeram uma primeira apresentação na Dinamarca, em Copenhagen, uma peça inicial de 15 minutos e viram que tinha todo o potencial para ser uma peça única.
“Todos nós temos muitas idéias e muitos pensamentos que nunca colocamos para fora, que ficam dentro de nós e que temos que abordar, sejam alguns aspectos políticos, alguns aspectos ambientais, mesmo emocionais. O que queremos dizer é que esses solilóquios, esses discursos que todos na sociedade temos atualmente e que ficam dentro de nós, acho que é essa comunicação em rede, acho que nós temos que comunicar.” Cláudia Martins

Dança, música, texto e meios audiovisuais por um mundo melhor.


Cia de dança contemporânea portuguesa Vortice.Dance estréia no Brasil em novembro de 2011 com o espetáculo “Soliloquy about wonderland”.
Dança, música, texto e meios audiovisuais por um mundo melhor.
O espetáculo “fala” dos solilóquios, que não são mais do que discursos para nós próprios. “Soliloquy about wonderland” expressa a inevitabilidade da morte, sentimentos de solidão, problemas do coração, questões ambientais com muita plasticidade, tecnologia, talento artístico, emoção e imaginação. Apresentam-se em 03 capitais brasileiras depois de passar por 15 países.
vór.ti.ce sm (lat vortice) Turbilhão, redemoinho, furacão, voragem. Redemoinho que pode surgir numa corrente de água.
A jovem Cia Lusa formada por experientes bailarinos mostra um espetáculo assinado pelos coreógrafos Cláudia Martins e Rafael Carriço, que criaram a Cia em 2002e interpretado pela VORTICE.DANCE, cujo trabalho tem sido reconhecido e premiado internacionalmente, pela critica e pelo público no Japão, Suíça, França, Finlândia, Mônaco, Romênia, Itália, Hungria, Espanha, Látvia, Marrocos, Macedônia, Luxemburgo, Bélgica e Portugal.
SOLILOQUY- solilóquio ou discurso solitário-about – sobre o paraíso, retrata muitas situações do cotidiano aos quais todos nós reagimos instintivamente e de maneira semelhante. São coisas da vida sobre as quais alguém já falou em um discurso perdido, em algum lugar, e que ficaram por isso mesmo.
A inevitabilidade da morte, sentimentos de solidão, problemas do coração,questões ambientais, situações que não seriam fatais se simplesmente fossemos capazes de ouvir... Durante o espetáculo, o público desfrutará de momentos verdadeiramente intimistas, contrastantes com outros momentos de puro prazer,em que os personagens vestem-se de glamour num ambiente noturno e de festa.
Trata-se de uma metamorfose que poderá ser vista como uma terapia, alternativa às desilusões e à incapacidade de, sozinhos, suplantarmos a tristeza do mundo. Mesmo assim, há sempre uma esperança, uma luz que se mantém acesa mesmo debaixo da chuva intensa.
Músicas de Phillip Glass, Maurice Fulton, Eric Satie, Kronos Quartet, Daft Punk, Nino Rota, Oswaldo Farrés, Camille Saint-Sans, Arvo Part, Billie Holiday, Claude Debussy, Charles Chaplin.

terça-feira, 19 de julho de 2011

"Discurso solitário sobre o paraíso" por Vortice Dance Company



SOLILOQUY-solilóquio ou discurso solitário - about the wonderland - sobre o paraíso -, retrata muitas situações do cotidiano às quais todos reagimos instintivamente e de maneira semelhante.

São coisas da vida sobre as quais alguém já falou em um discurso perdido, em algum lugar, e que ficaram por isso mesmo.

A inevitabilidade da morte, sentimentos de solidão, problemas do coração, questões ambientais, situações que não seriam fatais se simplesmente fossemos capazes de ouvir...

Durante o espetáculo, o público desfrutará de momentos verdadeiramente intimistas, contrastantes com outros momentos de puro prazer, em que os personagens vestem-se de glamour num ambiente noturno e de festa.

Trata-se de uma metamorfose que poderá ser vista como uma terapia, alternativa às desilusões e à incapacidade de, sozinhos, suplantarmos a tristeza do mundo. Mesmo assim, há sempre uma esperança, uma luz que se mantém acesa mesmo debaixo da chuva intensa.




http://www.youtube.com/watch?v=h2cvNReHP5c&feature=fvst

A companhia Vortice Dance estreia no Brasil em novembro de 2011 com "Soliloquy about Wonderland", um espetáculo que cruza dança contemporânea, multimedia e utiliza mais de duzentos litros de água em cena.

O Grande Ditador - Charles Chaplin

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!"
http://www.youtube.com/watch?v=h2cvNReHP5c&feature=fvst